terça-feira, janeiro 15, 2008

folha seca

You called me after midnight,
must have been three years since we last spoke.

I slowly tried to bring back,
the image of your face from the memories so old.
I tried so hard to follow,
but didn't catch the half of what had gone wrong,
said "I don't know what I can save you from."

I asked you to come over, and within half an hour,
you were at my door.
I had never really known you,
but I realized that the one you were before,
had changed into somebody for whom
I wouldn't mind to put the kettle on.
Still I don't know what I can save you from.


Não é meu cabelo mais curto, nem teu velho novo jeito
muito menos teu novo trabalho.

alguma coisa grande mudou.
aquele enorme buraco preto entre a gente se criou.
Dizem que faz parte da vida.
Dizem que é normal.
Inevitavelmente, hora ou outra a gente acaba se perdendo.
A gente se perde mesmo que um dia a gente tenha achado que seria difícil de viver sem o outro.

mas é fácil.
é sempre tão mais fácil se deixar perder.
no meio das memórias, das histórias passadas.
tudo o que foi e não vai mais ser.

Talvez tenha cansado. Cansado de tentar entender teu eterno luto.
Luto por um morto que não teve funeral e todas as outras coisas que nunca tiveram explicação. Todas as certezas perdidas no copo vazio de gin.
Todos os silêncios, antes confortantes, soam como o grito estridente do vazio que toma forma.

A forma da lacuna entre eu e você.

Cumprimentos de quem nem mais se olha

Olhos, tantas vezes inundados, agora secos... como a folha esquecida dentro do teu livro.


e folha, seca, quebra fácil.


knog of convenience - I don't know what I can save you from