domingo, setembro 19, 2004

if we had never met, then I would never know

The smell of january makes me think of
this time last year when we were still so in love
the same flowers are growing
in the same place
at the same time
in the same way
as last year
last year, when you were mine

Tenho medos.
Medos grandes.
De cachorros a agulhas.
Do cara que abana pro Tom Cruise no Vanila Sky ao Chucky.
Mas o que me dá mais medo, é um dia ver, que eu só deixei tudo passar.
Medo nunca me impediu de fazer nada.
Infelizmente, algo me fez mudar.

my old calendar is marked on this day
the special day that I have now put to hate
the same flowers are growing
in the same place
at the same time
in the same way
as last yearlast year, when you were mine

Eu fechei pra balanço por tempo indeterminado.
Alguns chamam isso de 'auto-sabotagem'. Não diria que estão errados.

Querer algo loucamente sempre me moveu.
Sempre tive as minhas paixões.
Traziam dor, mas no fim das contas, aquela dor nem doia tanto.
Parece meio masoquista, eu sei.
Mas o amor em si, é uma coisa pra lá de masoquista.
É uma ânsia que não passa, uma angústia em cada palavra, em cada silêncio.
Não sendo um sentimento unilateral, essa ânsia e essa angústia são amenizadas.
Amenizadas, por uma alegria quase infantil, que beira o patético.
Sim, todo o apaixonado é patético, exagerado a seu modo e infantil.
Amor é ridículo. Cartas de amor são ridículas e 'só as criaturas que nunca escreveram cartas de amor, é que são ridículas', já disse o Fernando Pessoa.

if we had never met, then I would never know
this empty longing for a time so long ago
I'm glad you're gone but sometimes I don't think it's fair
that this time every year my mind will be somewhere away

Não tenho, nem nunca tive medo de ser ridícula.
Os piores são os que não admitem, eu sempre digo.
Nunca fui tão contente como quando era mais patética.

I go down all the streets that we once walked on
thinking of things I haven't thought for so long
the same flowers are growing
in the same place
at the same time
in the same way
as last year
last year, when you were mine

Tenho medo, é de novamente ter sentimentos ridicularizados.
Isso sim, dói.
Tenho medo, de mais uma vez fechar os olhos, e ao abri-los ver que ali nunca houve nada.

Acabar com o amor não seria a solução.
E olha, que eu poderia dar todos os motivos do mundo pra querer acabar com ele..
Acabar com o amor, seria acabar com a "abobadice-alegre".
A 'abobadice-alegre' é ridícula, quando é a dos outros.
Só que no fundo todo mundo sabe que ela é bonita.
Afinal de contas, nessa porcaria de mundo, onde niguém sabe por que veio.
A única coisa que todo mundo quer é amar e ser amado, lembrar e ser lembrado.
É primitivo. Mas é a verdade.
Talvez essa seja uma das únicas coisas instintivas ainda temos.
Quem disser que não, é hipócrita, mentiroso, ridículo e tenta se enganar.
Se eu pudesse, eu acabava com o medo. Em todas as suas espécies.
Ele sim, é destrutivo.

Last year - Go Sailor

2 comentários:

mmmmm disse...

11 anos de diferenca nos separam e pensamos muito parecido, impressionante!

Anônimo disse...

Não concordo em que o medo seja destrutivo. Ele pode, sim, ser impeditivo. O medo faz o não-acontecer, mas não necessariamente destrói. Gostarias de acabar com ele? Tudo bem, vai em frente. Talvez sem ele o amor realmente fique menos constrito, possa expandir-se – se é que te entendi. Mas o que eu propus foi a derrocada do conceito do amor, pelo menos como o conhecemos. Talvez esta tua “abobadice-alegre” faça algum sentido. Eu gostaria de senti-la. Nota que não sou contra o amor, pelo contrário, quero ser ridículo... Desculpa, falando de alguém que tu nem conheces em um blog de alguém que nem conheço. Mas é isso, concordo. Todos queremos ser amados. E amar.
P.s.: adorei o “fechei pra balanço por tempo indeterminado”
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